Após termos uma excepcional noite de sono, na qual sonhos podiam ser facilmente relacionados ao que estávamos vivendo, acordamos e tomamos café e nos reunimos para organizar o roteiro do segundo dia. Nosso roteiro 4 permaneceria no centro da cidade para realizar atividades por lá.
De início, fomos acompanhados por Pedro Alves, Raíssa Albano e Carolina Piai, integrantes do grupo Cartografia Negra, que realiza caminhadas no centro que buscam a compreensão e reflexão sobre a história da população negra de São Paulo naquela região, algo que muitas vezes é deixado de lado pela população nos dias de hoje. Realizar esse trajeto foi fundamental para conhecermos mais sobre as histórias que não nos são habitualmente contadas.
Também no centro, nos dirigimos à Ladeira da Memória, local de extrema importância para a constituição da memória histórica dos paulistanos visto o fato deste local ter sido, no passado, o meio onde ocorria venda de escravos. Dar destaque a locais como esse é fundamental para que constantemente nos lembremos o que nosso povo realizou há algum tempo e para que situações como essa não se repitam novamente.
[Deixo como uma referência a música “Ladeira da Memória”, de Zecarlos Ribeiro e cantada por Chico Buarque].
No almoço, comemos no restaurante afro BIYOU’Z, no qual, além de conhecermos um pouco sobre a culinária principalmente nigeriana e camaronesa, também pudemos aprofundar nosso conhecimento sobre essas culturas, algo importante para que possamos compreender também a nossa cultura.
Após o almoço, visitamos o Centro de Testagem e Aconselhamento Henfil, local onde doenças sexualmente transmissíveis são diagnosticadas e onde ocorre uma dinâmica de educação sexual, principalmente para pessoas que não tiveram a oportunidade de, em sua vida, possuir tal aprendizado. A visita ao CTA foi muito interessante, visto a possibilidade que tivemos de relacionar o que é ensinado na sala de aula com a realidade, tornando mais concreto tudo aquilo que anteriormente havíamos aprendido, e maximizando a importância da educação para a sociedade.
Do CTA, nos direcionamos à rua Augusta, onde vivenciamos um evento muito interessante, importante e divertido: tomamos banho de piscina no meio da calçada da rua, algo que faz parte de um projeto de intervenção social que busca mostrar à população a quantidade de água potável que perdemos, que se mistura com o esgoto, ao bombearmos para fora dos prédios a água que eventualmente poderia promover enchentes nas garagens. Participar de um projeto como esse foi inesquecível, e é algo que desejo realizar novamente.
O último lugar que visitamos nesse dia foi o Instituto Feira Livre, associação que vende produtos orgânicos com uma dinâmica diferente da qual estamos acostumados. Lá, o preço do produto corresponde ao preço do produtor, e você só contribui para o instituto se esse for o seu desejo. Dessa forma, ocorre uma desmistificação de que os produtos orgânicos são mais caros, mudando a percepção que temos de tal classe de alimentos que é de extrema importância para a nossa saúde.
Ao final do dia, todos os roteiros se reuniram e realizamos juntos um sarau, que promoveu uma maior integração dos alunos com os alunos e com os professores. Depois de dois intensos e excepcionais dias, em que conhecemos diversas pessoas e realidades, era hora de também tentarmos nos conhecer melhor.
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